O trabalho da Igreja "não pode se limitar a discursos ou ações isoladas, mas deve ser um testemunho constante de solidariedade e apoio a quem se encontra em situação de vulnerabilidade laboral e social", diz o Papa à Irmandade operária católica (...). Nosso trabalho como cristãos nos encoraja a ir ao encontro daqueles que mais precisam de nosso amor e fraternidade."
«Construindo pontes, derrubando muros. Igreja no mundo do trabalho tecendo laços de fraternidade» é o tema da XIV Assembleia Geral da Irmandade Operária da Ação Católica (HOAC, sigla em espanhol), movimento dos trabalhadores cristãos da Ação Católica espanhola, que de 12 a 15 de agosto reúne em Segóvia 700 de seus membros. O objetivo é dialogar e tomar decisões sobre os desafios, prioridades e propostas do movimento para os próximos seis anos, a partir de um olhar cristão sobre a realidade, da experiência do compromisso dos seus membros e dos desafios que tem como Igreja, em um mundo com enormes fraturas sociais, desigualdades e injustiças que afetam particularmente o mundo dos trabalhadores e do trabalho, onde continua a ser essencial ser testemunha e impulsionador do projeto de humanização proposto por Jesus Cristo.
Participar da construção de um mundo mais justo e fraterno
O Papa em sua mensagem destaca a dignidade do trabalho, expressando no início da mensagem seu "profundo apreço" pela "valiosa dedicação e compromisso" deste movimento "de continuar sendo uma Igreja que caminha no mundo do trabalho".
E fazendo alusão ao que escreveu na Evangelii gaudium, recorda que o trabalho é "componente essencial da vida e da dignidade das pessoas. Não é simplesmente uma atividade produtiva, mas um meio através do qual colaboramos com Deus na obra da criação e nos realizamos como seres humanos, "porque, no trabalho livre, criativo, participativo e solidário, o ser humano exprime e engrandece a dignidade da sua vida." O trabalho, em todas as suas formas - reiterou - nos permite ser cocriadores e participar da construção de um mundo mais justo e fraterno.
Proximidade aos que sofrem com falta de oportunidades
O Santo Padre enfatizou ainda "a necessidade de ser uma Igreja que acompanha desde as periferias do mundo do trabalho", cujo compromisso "não pode se limitar a discursos ou ações isoladas, mas deve ser um testemunho constante de solidariedade e apoio a quem se encontra em situação de vulnerabilidade laboral e social.
"Ser uma Igreja que acompanha desde as periferias - precisou - significa estar perto daqueles que sofrem com a precariedade do trabalho e a falta de oportunidades":
Igreja em saída, levando amor e fraternidade
Devemos ser uma presença ativa, caminhando com eles, ouvindo-os e colaborando na busca de soluções justas e duradouras. Nosso trabalho como cristãos não se limita às paredes de nossas igrejas, mas nos encoraja a ir ao encontro daqueles que mais precisam de nosso amor e fraternidade.
É essencial - reiterou o Papa - que estejamos ao lado dos trabalhadores que enfrentam desesperança e exclusão devido à falta de trabalho:
Num mundo onde o desemprego continua a afetar muitas famílias, a nossa função como Igreja é oferecer-lhes o nosso acompanhamento e a nossa esperança, encorajando-as a não perder a confiança e a procurar oportunidades de reinserção no mundo do trabalho.
A Igreja precisa de vocês
Francisco encorajou os participantes do encontro a "continuar tecendo laços de fraternidade, levando a luz do Evangelho e construindo uma sociedade mais justa, exortando-os "a continuar a ser povo de Deus no meio da vida laboral e a tecer histórias de encarnação e de abraço... A Igreja precisa de vocês."
Que o Espírito Santo - disse ao concluir - vos guie no vosso trabalho e vos fortaleça no vosso empenho quotidiano. "Continuemos para diante, empenhemo-nos totalmente, mas deixemos que seja Ele a tornar fecundos, como melhor Lhe parecer, os nossos esforços." (EG 279).
E, por favor - foi seu pedido final - "não deixem de rezar pelo Sínodo e por mim."
Fonte: vaticannews.va/pt/papa/news/2023-08/papa-francisco-mensagem-irmandade-operaria-acao-catolica.html
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